
As flores hoje se abriram tristes, sufocadas pela secura do ar, da saudade da brisa do mar, do suave roçar das curvas do vento em meus cabelos. O sol queima meu rosto e minha testa agora tem rugas, que não são de tempo... e sim... de inquietações.
O papel laminado vai se desfazendo em meus dedos, sinto um gosto amargo de um doce falso, que me empreguina o alfato e enfada o paladar.
Embrulho o passado em presente para abrir no futuro, vou tecendo em papéis brancos, o colorido de uma poesia que ainda não li, mas que de certa forma já conheço bem os versos.
Como um religioso enclausurado, observo através das janelas de minh'alma, enquanto o correio pega a encomenda em minha porta encaminhando então minha triste correspondência ao seu destino...
Continuo escrevendo longas cartas, coloco em garrafas, mas não tem mar por perto para jogar.
Coleciono estranhezas e mando com sorrisos e lágrimas de presente.
Parece que o que sinto hoje é um misto de medo e saudade de um futuro que ainda não veio, mas que sinto saber cada acontecimento e anseio por eles com um penar como se já o tivesse vivido...
Há poesia nos livros que fechei, onde guardei embalagens de bombons com mensagens de saudade, agora eles carregam o peso da poeira de minhas lembranças, deste futuro que ainda não vivi, mas de que sinto falta...
Hoje me desloco em tempo e espaço, estou... mas não sei onde... nem quando!!!
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